16 agosto 2007
O cair das folhas...
Canal arborizado. Que me motiva a pensar sobre o cair das folhas. Como um fragmentado objeto pode representar as mãos em cruz no peito. Esse é um movimento simples. O vento bate na folha e a folha balança e cai. Ato de fraqueza. O cair das folhas representa mudança. Precedida de morte. A morte reconciliadora. Encapa a alma. Alivia o sofrimento. Traz o cair. E o ensinamento do levantar. Por não respirar. Por não sorrir. Por não viver. Por se iludir. Por expor a repressão. E na sequência o cair. A folha caída é o fruto da repelência da árvore. Da indigestão. E incrivelmente perceber a queda. O andar das folhas. Sedutor movimento. Fragmentado. Objeto. Hoje é a veste que me cabe. Estampado. Com certo contorno de agonia. Dislexia. Ao perceber o existir me entrego. Nos corredores sem fim. Neste caminhar lento. Nesta busca constante. De leveza. Percebo o ser mais. E me envolvo neste musical venturoso. De sutileza. De amor. E calo o meu pranto. Com o cair das folhas. Brindando a seiva. Bebendo o orgânico. Transbordo.