04 agosto 2008

A felicidade encontra-se no incrível poder de abstração
O fato concreto é morto, natureza sem vida e sem cor
E também sem importância com o tempo que carrega
O silêncio daqueles dois olhares que se encontraram
Lá no passado, lá no distante tempo de esperança
Lá no fantástico mundo colorido com sabor de menta
Naquela poderosa goma de mascar que nos uniu
No miolo da efemeridade e da falta de pudor
Perdemos a identidade, o individualismo
Devido a um encontro perfeito de abstração
De sentimento e de ansiedade do não estar junto
Hoje eu sei que foi tudo belo
Ao tentar me encontrar novamente no mundo
E me ver impotente e indisponível
Por que? Há uma razão, uma imensa razão
Que espero ser esquecida com o tempo
Com a dor e com o amor
A revelação me vem a cada dia
Em que percebo o fim e a ausência
Mesmo em meio aos erros e aos devaneios
Nada disso impede a abstração do ser
E muito menos a capacidade do sentir