Eu gosto de ter um motivo para escrever. O escrever. Próprio. Casual. Em meio a tanta bagunça e gritos. Debilidade humana. Cruzo um olhar. Tímido. Arredio. Seco. Parecia mais que este olhar escondia um universo de intenções. Quisera pertencer a este universo. Casual. Sem marcar horário. Sem conhecimento. Sem desejo. Sem intenção. O andar estonteia. Balança a cadeira. Frio. Encapo meu corpo com lã fina. Escondo a estrela. Justamente o objeto que mais queria mostrar. A estrela. O fogo. A ardência. Tinha a intenção de paralisar seu olhar em mim. O seu não piscar sutil. O sorriso controlado. A piada nas entrelinhas. E você. Estava lá. Casual. Eu gosto de ter um motivo para escrever. Simples. O encontro. E o fim. Tenho certeza que não mais cruzarei este olhar casual. Seus olhos amendoados. Pequenos. Escassos. Únicos. Inatingíveis.