É tempo de mudança, escolha sem volta, responsabilidade e sei que disso não posso fugir. É como a morte, a única certeza da vida de qualquer ser humano, enfim, da minha própria existência. E a loucura? Fica no âmbito da ilusão. Nasci puramente louca. Sem limites. Ao crescer, aprender, repetir erros até me restabelecer, vou aprendendo e reaprendendo a "controlar" minhas loucuras. A civilização me impõe regras sociais para isso: para ter sanidade mental. A loucura não deixa de existir, apenas habita um espaço hermético. Particular. Sei que a minha existência é a natureza, pelo simples fato de nascer. Nascer dói. Crescer esfria. Morrer aquece. E nessa oscilação delirante de emoções sou o termômetro de mercúrio. Que imuniza o ambiente. Que delimita uma entrelinha. Que purifica uma indegestão. Que dimensiona o insuportável tempo de existência. Finito. Insuportável finito.