17 setembro 2007

Passado no presente

Meu objeto registra uma tonalidade de luz solar. A natureza me engrandece. Modifica meu ser. Hoje não tenho contornos nítidos, nem discursos mirabolantes, sou uma linha em abstração. Tenho uma sombra luminosa. Meu contraste é uma sombra com cor, minha impressão visual de passado. Colorido. Que o presente traz uma sombra. Minha cor é pura. Minha loucura é virgem. Minha tonalidade está na paleta do pintor. Quem é o(a) pintor(a)? Cadê você artista que me impressiona com meu puro ser dissociado em pequenas pinceladas? Cadê você artista que me mantém fiel aos seus princípios e me expõe a este novo movimento crítico e cínico, onde o público não me alcança, mas admira sua pintura e técnica. Sua mistura com efeitos que alcança meu feminismo e manifesta meu erotismo e sensualidade. Prefiro o nudismo a naturezas mortas. Retratos são mortos. E o admirar não pode ser enquadrado. Desenha-me em seus olhos. Nus. Livres. Pois somente assim posso aspirar-te em meu íntimo. O movimento do meu corpo é livre. Não pode pontilhá-lo. Nem sequer flagrá-lo nos seus instantes. Meu corpo nu pode ser pintado com a luz do sol. Em cenas sem pincel. Esta luz não é alegre nem brilhante. Preciso misturar as cores com motivações mais profundas. Passado no presente.