05 junho 2009
Ciclo de Leveza
Sim, o hoje escancarou. Os amores materiais vêm e vão. E costumam deixar imensos vazios. Justamente porque são vazios. Finitos. A beleza da efemeridade é poder sempre recomeçar. E sorrir. Entre vãos e grãos efêmeros nascem galhos cíclicos de sentimento. A intimidade pode ser comparada com uma planta. Cheia de ramificações. Os galhos mais novos são os mais frutíferos. E secam. E nascem novamente outros em vão. Os mais antigos servem apenas de sustento. E nenhum é a raiz. A raiz é você mesma. O seu interior. Para que os novos galhos nasçam é preciso deixar os antigos secarem. Por inteiro. Este processo de “morrer” inflama a vida. Alimenta. E a cada dia nasce um ciclo efêmero. Um sinal de recuperação e leveza. E assim vem a maior chance do infinito. Todos nasceram galhos e sozinhos. Morrem da mesma forma. Ninguém poderá fugir deste ciclo de vida. Ciclo de resolução. Ciclo de leveza. E morrer é um processo de solidão. É irreversível. Não pode ser distraído. Um processo que não pode ser rebocado. Tudo que vem contra a lei do finito representa uma ilusão.