21 julho 2007

Efemeridade Mental

Queria falar sobre as putas. Universo promíscuo do desejo egoísta. Consome. Fome. Sede. Basta morrer para nascer outra vez. Inspiração não vem, não consigo. Durmo para esquecer o gosto amargo da língua doce. Delicado desejo efêmero. Prostituição mental fútil. Inútil. Inabitado desejo. Fúnebre. Azedume. Meus ouvidos estão sensíveis para os sons. Desejo bocas. E o silêncio. Estou cética com as possibilidades do amor. Se quiser me mostrar. Não sei. O carnaval da vida é interminável. Esgotamento inconsciente do prazer. O peito rompe a capa protetora do tormento. Existe mágoa em minha essência. Humana. Interminável.

Ignorância

Pensando nisso sei que tenho sempre que melhorar. Não sou perfeita. Difícil conquistar. Difícil discernir qualquer deslize. Errar é humano é a pior frase que pude aprender em minha vida. Porque assim posso justificar. Aprender a errar. Nunca a aprender a corrigir o erro. Ser humana. Incompleta. Indefinível. Impunível. Ser humano acha-se superior. Porém é pequeno. Mesquinho. Muitos precisam pisar em outros para sentirem-se mais importantes. Ilusão. Usa-se o outro como banquinho. Risos. No fundo somos todos mancos com pés de atleta. Poderosos fracos.

Casa

Quando era uma menina ingênua, sem malícias, imaginava que minha casa ficava no alto. Fora do chão. Assim a idealizava como única. Imensa. Hoje sei que nada disso aconteceu. A casa não tinha alicerce. Era frágil. Desmagnetizada. Será que os psicólogos podem explicar esta ilusão de ótica? Será que todos os adultos podem perceber que estar velho significa perder a grandeza da imaginação? Não sei. Mais nada. Queria voltar a sentir aquele laço de criança. Mas voltar é impossível. Quem volta é aquele que é incapaz de aceitar o hoje. Passado. Distante. Longe. Nunca mais. Hoje penso que a casa está no chão. Terra firme. Pouco idealizada. Muito funcional. Cômodos centrais. Cozinha. União. Fundos. Quartos. Sala. Frente. Desejo de aceitação. Pinto parede. Textura. Trato o taco. Recheio o vazio. Espaço. Sentido. Magnética. Estética. Movimento. Realidade. Âncora. Felicidade. Sobre o futuro não sei de nada. Será que habitarei alguma casa? Será que a existência permitirá algum lar? Talvez. Nada posso confirmar. O que sei é que posso enxergar tudo vivo como sempre imaginei na minha mente de criança. Mesmo tudo diferente. Tudo continua vivo.

Sonho

Existe no meu íntimo um movimento estético que me leva ao sonho. Uma viagem mental. Leva a algum lugar almejado. Sei lá. Ou será o nada. Tudo que sei é que o sonho é dinâmico. Nasce. Morre. Transforma-se em segundos. Faz parte das minhas ilusões. Sempre existe uma escada que me leva a algum lugar. Mental. Fortaleza. É como esboçar um desenho cheio de índices geométricos. Requer detalhamento. Entendimento. É como ler uma sequência de capítulos de um livro volumoso. Requer continuidade. Dedicação. Sonhar requer tudo isso e mais um pouco. Porque a história quem desenha ou escreve é você mesmo. Não existe final feliz. Infeliz. Fechado. O sonho é livre. Aberto. O caminho é você quem traça. Reta por reta. O espaço geométrico está delimitado na sua própria mente. Ampla. Ou restrita. Não importa. Sonhar engrandece. Dimensiona a vida. Dá sentido. Sonhar não precisa de alicerces. Sonhar é para os grandes. Pensamentos. Dá volume às coisas. Recheia espaços vazios. Experimentos. Sonhar é dar vida às ilusões mentais.

Cadê a menina

Que pensa antes do falar. Cadê a receita do bolo. Cadê a rotina esmagadora. Cadê a sala mental. Cadê a felicidade encontrada. Cadê tu. Cadê eu. Cadê nós. Cadê o ar sombrio que devora. Cadê a esperteza. Cadê a aparência. Cadê a construção. Cadê o cérebro. Cadê a ruína. Cadê o homem. Cadê a saudade. Cadê a mulher. Cadê a estrada. Cadê o plano. Cadê o tudo. Cadê a dignidade. Sai de casa. Habitei o espaço escuro. Conheci pessoas estranhas. Calor. Céu aberto. Peixe azul. Imagem do inesquecível. Clarão. Frevo. Vi o novo e desconheço o presente. Fui zerada. Reset Mental. Sabor picante de despedida.

Cinismo Mental

Este pensamento é uma homenagem a uma expressão cínica que merece reflexão antes de ser postada, já que o autor verdadeiro não pensa no que escreve. Idiota! Vivenciei um ato de cinismo mental alheio. Esperteza não significa vitória. Saiba disso. Uma intenção cínica é aquela que quer calar e deixar o vidro fosco. Embaçado. Porta de saída é o destino. Espaço externo. Ser o que não se pode ser é o pior cinismo mental da humanidade. Saber ser é para poucos mortais. A humanidade beira à falsidade. Coletiva. O ser assume um papel artificial, iludindo-se ao imaginar que está na via certa. Quando a verdade bate na porta de entrada, esta para os cínicos encontra-se fechada. Lacre doce. Hipocrisia inútil. O caminho é de apenas uma via onde o fluxo segue do interno para o externo. Este é o caminho de consequência para os cínicos. Não existe contramão. E os cínicos insitem em andar na contramão. Acelera, cínico! Abraça o cinismo. Saia do salão. Aumenta o som. É hora da valsa. A valsa dispensa a sua solenidade barata. A apresentação é desnecessária para os cínicos quando o assunto não é novidade. Não mais. Tenho uma intimidade mental com a valsa. Danço para caminhar em paz. Esqueço e dispenso a proximidade. A valsa é um ritmo de dois tempos, como o samba. O segundo tempo só acontece após a realização do primeiro. Analogia. Futebol. A valsa é exclusiva. Não simultânea. Convido o maior cínico a conhecer a doçura de uma valsa mental. Cínicos não dançam. Risos. Cínicos ajoelham. Aprender a dançar valsa (ou samba) é dispensar impurezas mentais. Cinismo mental. Fosco. Porém, evidente. Aumenta o som. Quero dançar a valsa sozinha.

Espelho

Física Mental. Ciência que estuda a produção de imagens irreais. Invertidas. Virtuais. Uma imagem real está nas superfícies planas. Cérebro. O cérebro refletor destaca a simetria entre o objeto visto e a imagem real. A simetria causa ilusão. Egocentrismo.

Grafismo

Composição geométrica. Grafismo multicolorido. Mente veloz. Uso formas geométricas para desenhar a minha dor. Abstrata. Inexplicável. Urgente. Dorme comigo. Sabe mesmo quem eu sou? Busco formas coloridas em formatos sem nexos para aliviar a minha dor. Sentimento que mergulha em águas frias, passadas e poluídas com meu sangue vermelho coagulado. Imaginação. Entupimento das veias. Sudorese. Calafrio. Vômito. Rouquidão. Não existe remédio para o inteligível. Encontro o gosto do sal na água. Ato falho. Coração Perdoa.

#...a árvore é muito maior que a força do ego...#

Filete de pensamento

As vezes me pergunto em qual momento é melhor falhar. Ontem. Agora. Depois. Nunca. Falhar é um ato de doação e conquista. O meu escrever considero uma falha. Falha mecânica. Globalizada. Nunca vão saber se o que eu escrevo é verdade ou mentira. Falha fictícia ou realista. Pode ser o que for, isso não me importa. Universo particular. Onde só eu consigo navegar. Quiçá. Lembra daquele assunto? Nossa, fiquei encantada. Falhar ninguém suporta. Aglomera tudo na garganta. Vem um nó. De baixo para cima. Refluxo. Aprender a andar no fluxo é uma questão de aparência. Vira que funciona. Por que que as pessoas colocam ramos de flores em vasos? Limita-se um campo em um vaso. Seria este o real motivo da queda das flores? Por que algumas flores demoram mais para morrer nesses campos limitados? A lei dos mais fortes. E como ser forte? Independente. Louca de amar.

Conjugação do Verbo Segmentar

Por que tu segmentas?
Ao segmentar,
Tudo vai segmentando.
Aos poucos.
Tu segmentarias mesmo?
Eles segmentaram.
Nada.
Quase nada.
Quando eu segmentar,
Que tu também segmentes.
Não segmentemos nós.
Mesmas?
Nunca mais.
Por segmentar eu,
Tudo está segmentado.
Agora.
E agora?

(24.07.2004) A morte de Antônio foi anunciada em meu coração!

Antônio. Tenho saudade do que já foi. E se foi, não deve ser mais hoje. Nem amanhã. Antônio. Saudade da minha infância. Da sua presença em carne viva. Do seu pulso. Da minha pureza de criança. Da minha alegria incondicional. Da minha falta de problemas. Da minha falta de responsabilidades. Tudo isso é passado. Antônio. Antônio partiu. Antônio. Uma alma saudosista é uma alma doente. Minha cozinha é o melhor lugar da casa. Espaço feliz, onde as pessoas se reúnem e alimentam a sua fome. Antônio. Devorar a fome é um bom começo para ser feliz. Será que a cozinha seria diferente se os arquitetos conhecessem o mistério da alma humana? Acho que a cozinha devia estar no centro da casa. Antônio era o centro. É o lugar que alimenta. Antônio. Posso não comer na cozinha, mas é nela que a comida é preparada, é o início do alimento. Antônio era o início. É o antes de tudo. Antônio. É aqui na cozinha que relembro meus tempos de infância. Tempo quente. Tempo distante. Antônio. Comer é um ato misericordioso. Antônio. Uma alma saudosista é uma alma doente. Não posso esquecer disso. Antônio. Saudade daquele Antônio. Homem único. Antônio. Amor Eterno. Antônio. Que se foi. Ontem. Antônio. A saudade é a dor da ausência. Mas como sentir saudade de algo que não tenho mais? Contradição. Saudade existe. Antônio. Sofro na pele. Antônio. Dia após dia. Saudade que está no dia. Na noite. No sonho. Antônio é verdadeiro. Luz. Presente. Partiu sem um adeus. Por isso continua vivo. Antônio está vivo. Por isso estou longe de ser uma alma doente. Pureza. Leveza. Adeus. Saudade. Amor. Antônio.

Homenagem

Essa conversa de "criação" mexeu comigo. Pensando bem, tudo exige um processo de criação. Mesmo. Refinanciamentos, pagamentos, tocar instrumentos, tudo é processo criativo. Até relacionamento. Relacionar-se é transcender. Criar. Caminhos. Novos. Junto. Pensar junto. Crescer junto. Se isso não é ter individualidade então nem chamaria "relação". Pois "relação" significa unir-se a outra individualidade. E pra isso, basta ser dois. Individualidade a dois. É difícil encarar esta parceria. Mas a vida está ai, pra se viver, e pra isso é preciso apostar em outra individualidade, não apenas na própria. Aposta. Risco. Pode dar certo ou errado. Mas para dar certo ou errado é preciso encarar esta individualidade a dois. Se for a um, certamente dará errado. Risos. Conversa sem pé nem cabeça. Processo criativo. A arte de criar é um dom. Dom em saber fazer escolhas, dom em saber perder, dom em saber ceder, dom em saber criar. A mente humana é assim, cria fantasticamente uma fábrica de ilusões. Ou uma fábrica de realidades. Equilíbrio é a receita. Ser ilusionista ou realista é apenas uma questão de ponto de vista. Uma questão também de estímulos externos e aceitação (positiva ou negativa) destes estímulos. Fantástico. Simples. Puro. Leve. Mas vamos ao processo criativo desta conversa. Comemoração. Cinco. Dia especial. Nascimento de uma alegria. Artista. Criativa. Pode mais do que imagina. Arrisca. Vive. Merecimento. Parabéns. Mais um ano. Mais uma criação. Amizade. Arte da Conquista.

Segmentação x Partilha

Alterações imanológicas no cérebro humano podem ser identificadas através da segmentação. A visualização implica em inúmeros cortes por superfícies arbitrárias. Realismo à imagem cerebral. Quantificar as deformações do orgão significa qualificar lesões. Irreversível. Método invasivo, porém eficiente. Realista. Pseudo-cérebro de inseto. Visão Artificial.

Libertação

Em momentos de confusão emocional vem um conjunto de elementos mentais negativos, evidenciando meus defeitos conscientes: apego, frieza, vitimização, malícia, desconfiança, chatice, impotência, ignorância, insegurança... É um mundo de "eus" completamente distante do qual sempre almejei alcançar na vida. Não no sentido literal e minimalista destas palavras, mas no sentido complexo e intenso das minhas emoções internas. Meu esqueleto mental é oco. Decidir é difícil. É um momento de nova aprendizagem, pois a minha confusão emocional recai sobre os extremos e sobre a falta de equilíbrio. Equilíbrio desejado, mas não alcançado por mim, talvez em nenhum momento real da minha vida. A solidão é libertadora. É no momento de sentir-se só, no meu mundo tão carente e idealizado, que posso encarar esses extremos, decidir por fim enfrentá-los com coragem. Conseguirei? Não sei, pois a rouquidão é a minha maior fuga. A responsabilidade existe, não posso julgar o que é isso de fato nem por mim e nem pelo outro mortal. Percebo então meu ridículo mecanismo de defesa, que me torna uma partícula sem nexo próximo ao aterro. Liberta-me, liberta-se! Longe de mim ser poética, sou uma estúpida romântica que carrega o medo da efemeridade. Sou uma vítima amoral que vomita monstruosidade. Sou uma pessoa falsa e impura. Engulo dolorosamente o gosto do veneno dos meus defeitos, me entrego a forca que me leva a qualquer lugar do desconhecido, um lugar obscuro, o espaço do medo. Este lugar nunca antes habitado. A banalidade me leva ao positivismo. Tento enxergar luz artificial num espaço sem vida, é a única saída. E é a única saída longe da vida, não posso fugir agora, muito menos assumir minha estupidez romântica. Posso assim aprender a me desfazer dos meus apegos. Viver no apego me torna um monstro mesquinho, um verme em putrefação. A decomposição do meu esqueleto mental torna-se rápida. Sou oca por dentro. Nem por dentro mereço ser completa, preciso do vazio. Não sei lidar com minha falsa maturidade. Não tenho uma incrível tolerância. Nem sequer uma ignorante bitolação. Sou indecente moral na atividade e também na passividade. Exagero. Sempre. É a sobra do sentimento de desconforto. Desequilíbrio. Não me revelo a ninguém. Monstro. Verme. Nem a mim mesma posso me revelar. Torno-me indecente em minhas ações. Fraqueza. Pureza. Tristeza. Frieza. Não imaginar ser cruel é muito pior que o ser. Não respeitar momentos individuais. Burrice. Não compreender escolhas afins. Egoísmo. Não tolerar a existência. Negativa. Sei que nos meus nãos passo por cima de tudo. Frieza. E me julgo forte assim. Morte. E me respeito assim. Cegueira. Não consigo enxergar defeitos. Nem os meus, nem os seus, nem os de ninguém. Não enxergo os seres humanos naturais, pois sou artificial. Minha fórmula é para um verme. Epiderme. Mancha. Embelezo os objetos com meus olhos cegos e mesquinhos, assim me sinto segura. Por ser tão artificial. Ilusão. Destruo todos meus desejos com minha própria insegurança. Assassina. E ainda assim minha estupidez enxerga algum lado bom. Amor. Sinceridade. Ignorância da eternidade. Leveza. Tenho uma alma ridícula e envergonhada. Culpo-me. Desculpo-me. Facilidade. Tento entender e espalho o desentendimento. Tento amar e cultivo o ódio. Tento viver e conduzo a morte. Libertação. Julgo-me imperiosa. Indestrutível. E sou mortal. Contradição. Reconheço esforços, não os aceito. Aplausos. Sacrifício. Amo e desamo no mesmo segundo, basta atiçar meu corpo. Superficial. Sou vítima. Agradeço ao próximo a sua paciência e perseverança. Fraternal. E desconsidero meus excessos. Todos os extras que motivam sentimentos de peso. Obrigação. Crueldade. Não posso nem sequer tentar aprender a aceitar a importância da não universalização. Sou globalizada. Cretina. Acredito na magia do individual. Pensamento coletivo. Desequilíbrio. Precipitação. Aceito a dor. Não aceito a morte. Em nome do outro. Esqueço meu esqueleto oco. Sento em cima. Quebro. Mais um débito. Fracasso. Tento não bagunçar. Enterro. Sufoco a dor. Sangue. O esqueleto oco era para ser leve. Simples. Era. Não é. Vaidade. Longe da sabedoria. Longe da verdade. Longe da perfeição. O efêmero é o perfeito. Passa. Esquecimento. Engano. O domínio é latente. Cachorro morto. Posso andar pra frente. Nunca olhar pra trás. Coragem.
Nascer dói. Como as sementes inundadas que tentam sobreviver. Respiração constante. Marcada. O jardim só cresce depois que os sonhos penetram a terra. Úmida. Medo. Vida. Morte. Parasita Melancólico. Paisagem Inútil. Terra Firme. Sonhar pode dar certo? Realizar é possível. Deu certo. Nasci. Já morri várias vezes. O ciclo da vida ensina a morrer. Sofrimentos. Alegrias e Angústias. Funcionalidades. Perdas. Encontros. Morte. Vida Nova. Renasci. Algumas vezes. E quantos renascimentos virão pela frente? Talvez mais um. Dois. Cinco. Dez. Infinitos. Até o dia que morrer de verdade. Parar de respirar. Arder no silêncio.

O passado do fim

Ela se foi.
Isso tudo é uma ilusão.
Motivo eu nunca dei.
Falar do que se foi.
Nem assim pôde evitar.
Era um sentimento.
Feito de razão.
Abismo era o perder.
Que foi por fim.
Eu sofri um pouco mais.
Tantos rodeios.
Era displicente.
Se fosse direto.
Condição de fingir.
Sorriso.
Polivalente.
Liberdade.
Única condição.
De não mais fingir.
Ela sou eu.

Cortinas Brancas

Esforço minha mente para entender as cortinas brancas que escondem a clareza de um estado de espírito. As cortinas brancas deixam o ambiente mental límpido. Estático. As cortinas brancas não murcham as flores. As cortinas brancas não cansam a ilusão da esperança. As cortinas brancas enlaçam a sentença do mundo. Tudo se encaixa novamente. De onde vem a idéia da brutalidade das coisas. Matéria Bruta. As incógnitas de uma gruta. Subterrânea. Minha língua paralítica se desintegra no exato momento em que entendo minhas moléculas nervosas. Passo a enxergar as estrelas. O brilho da existência febril de um encéfalo colorido. Nuvem de amores belos. Gozo de saudade cintilante. Gota de suor que evapora sobre a folha venosa. Orvalho. Amanhecer rotineiro. Sublime adoração. Se queres saber da sua grandeza. Generosidade. Degustação da hóstia divina. Continuidade emocional. Mistério subjetivo.
É como a paisagem.
Apelo pelo silêncio.
É a forma de conduzir.
A vida ao segredo.
Mais profundo.
Da existência subjetiva.
De um sentimento.
Verdadeiro.
É um surto.
É uma vida.
Apenas.
O bastante.

El Universo de Antonio

Doy vueltas como un fantasma.
Viene el frio del silencio.
Todas las flores necesarias.
Como pulso renovado.
Esta calma es Antonio.
Reciclo mis pensamientos.
Es verdad que siento miedo.
Del silencio sobre la luna.
La unidad y nuestro canto.
Palabra caminando en cualquier.
Antonio de la vida.
Mi alegria es pasajera.

Quisera...

Quisiera ser una serpiente.
Conocedora de los secretos.
De la fruta prohibida.
Fundida a la medida.
De sus más umbrosas fantasías.
De otras vidas.
De otros amaneceres.
Volver a uno paraíso.
Nunca conocido.
Disperso por los caminos.

19 julho 2007

Que está en su punto final

No tengo cosa digna de notar que no corresponda mis originalidades. Outras muchas razones, la perennidad de mi corazon. El real y el ficticio, as diferencias se dan en las bocas y en las canciones. Vida que se expresa con gran transparencia. Ésta vida no tiene una sola manera de expresarse. Formas artísticas que expresan en toda su infinita sutileza. La vida y la muerte, el espíritu y la carne. El mundo convencional y mis implicaciones ideológicas. Se encuentran distantes del mundo actual. Soy persona entendida. Autora castellana.

16 julho 2007

Meu jardim...

Tenho poucas palavras para dizer que o pior acontecimento me fez ser o melhor. Hoje sou o meu melhor. Melhor em palavras. Melhor em gestos. Melhor em canção. A leitura de um samba é fascinante. É um desprendimento material. Dedilhados envolventes. Minha casa tem um jardim. Depois de longa data finalmente consegui plantar na terra úmida. Flores. Frutos. Sonhos. Um jardim. Autêntico. Minha verdade interior escondida quer desabrochar. Como uma flor em primavera. Revelação. Dentro dos pacotinhos têm sementes. Sementes verdes. Que secam a terra. Bebem a seiva. A terra pertence ao sonho. Posso deixar recados no meu jardim. Bilhetinhos. Poemas. Dedicatórias. Tudo. Meu sonho. Meu jardim. É uma forma de acreditar que este luto não é permanente. Um paisagista não pode fazer o meu jardim. O paisagista teria que habitar os meus sonhos. Impossível. No mistério do fim enxergo a terra. Piso firme. Gota úmida. Aterro os medos que me assombram. Me enfraquecem. Desperto meus sonhos. Floresço meu jardim. Que nasçam as flores. Que venham as borboletas. E o bater das suas asas. Balançando as folhas. Sutilmente. Como o meu amor.

15 julho 2007

Mismo Tiempo

No tengo ninguna noticia directa sobre el Antônio. La escrita en diversas palabras ofrece un aspecto desigual y poco legible. El objecto original se había extraviado de modo que no fue posible incluir la dedicatoria escrita. Antônio. Todos los indicios son positivos. El estado actual de mis conocimentos. Materialidad. Familiaridad. En gran medida. En tiempos en que la lengua de Antônio seguía viva. Todas las indicaciones. Por milagro. Por perdido y por presente sin que se explique cómo ni por qué. En la nueva aparición. Estoy escribiendo con menor envergadura. La solución justa. Quiero repetirles a todos mi mejor texto sobre el Antônio. Mis satisfactorias palabras vivas. Mismo escrito. Mismo amor. Misma uniformidad. Mismo Antônio. Mismo Tiempo.

14 julho 2007

Volver

Sou objeto de uma inquietação delirante. Obrigo-me a ser a obra da superficialidade. Treino a domesticação da minha inocência. Tudo para não cometer uma loucura. Sou louca demais para assumir isso. Em meio a tantas paredes e texturas sinto ar passando pelos buraquinhos. Ninguém poderá entender este romance. Estas palavras. Estas lamentações. Onde trágicos personagens tornam as cenas um conjunto de comédias emocionantes. É possível existir alegria num afeto. Tristeza num olhar. Minha boca ficou paralítica. O peso é inútil para um eu com necessidade de rastejar. Rastejo. E proclamo um desperdício. Só o amor pode sossegar tanta ignorância. Sabe quanto me custa o despertar? Não sou areia onde se constrói um castelinho imaginário. Tenho um par de asas grandes. Encosto meus ouvidos numa concha. Barulho. Está tudo bem barulhento aqui dentro. Eis que hoje sou um desmoronamento humano. Ruínas. Espio o vão da porta. Não é ninguém. Nem eu mesma. Estou só, perfeitamente só em minha tristeza. É um abismo de 50 metros. Queda livre. Em muitos campos de atividade, eis que surge o meu afogar. Afogo-me no vazio. Como posso? Sentir-me saciada neste imenso vazio. Será que posso enxergar um feiche de luz nesta zona de sombra? Posso nem sequer me enxergar nesta sombra. Posso nem sequer viver. Estou aqui fazendo conchinhas com minhas mãos para acender um minúsculo cigarro. Pensando na vida. Querendo fogo. Luz. Em meio a tantos instrumentos escuto o som do silêncio. E me sacio. Empalideço. É a sensação de morte. Fraqueza. Que fortalece. O meu essencial nem pode mais ser compartilhado. Cadê o texto do Antônio. Cadê? Hoje falar da sua morte é artificial. Perdi o tempo. Perdi o texto. Perdi o amor. Perdi a dor. Perdi você na linha do tempo. Nas mãos do absurdo. Num simples clique que não pode mais voltar. Adeus. Este é o meu verdadeiro adeus. Irreversível adeus. Mais que a morte. Que permanece viva em mim, latejando meus sentidos. Pulso meus músculos involuntariamente à vida. Cadê? Só a rosa branca mesmo pode me acalmar. Este lamento em hora imprópria. Hora de saudade. Sou transição. Um processo. Puro. Liberto-me a infância. Desapego meus medos. Porque agora é preciso coragem. Para viver é preciso de mais um pouco. Argamassa de areia. Castelo que desmorona a vida. O texto. A palavra agora está muda. A boca estática. A vida sem cor.

Sobre o ser

Antes de ser sou o poema. Não acho nada estranho Por um momento senti impotência. A morte é misericordiosa. Ela engrandece o sentido da vida. Morri um pouco a cada dia. Renascia sempre. Sou novamente um ser sem história. Delicia-se em meu esqueleto mental.