25 setembro 2007

Solidão

21 setembro 2007

Tempo Contínuo

(1917, Retrato Feminino Nu - Modigliani)
A poesia nasce e morre.Ao rasgar o pontilhado.
Meu objeto registra uma tonalidade de luz solar.
O natural me engrandece. Modifica meu ser.
Ora eu. Ora você. Ora ninguém. Ora o ser.
Hoje não tenho contornos nítidos, nem discursos mirabolantes.
Sou uma linha em abstração.
Tenho uma sombra luminosa. Meu contraste é a sombra com cor.
Minha impressão visual de passado x presente. Colorido. Grafismo.
Que o presente traz uma sombra colorida. Minha cor é pura.
Minha loucura é virgem. Minha tonalidade está na paleta desta pintora.
Você, artista que me impressiona com o puro ser dissociado em pequenas pinceladas.
Reconhece meus fragmentos. Um a um.
Você, artista que me mantém leal aos seus princípios e me expõe a este novo movimento crítico.
Onde o público não me alcança, mas admira a arte, a pintura e a técnica.
Sua mistura com efeitos que alcança meu feminismo e manifesta meu erotismo em sensualidade.
Prefiro o nudismo a naturezas mortas. Objetos e retratos são mortos.
E o admirar não pode ser enquadrado. Desenha-me em seus olhos.
Nus. Livres. Puros. Pois somente assim posso aspirar-te em meu íntimo.
O movimento do meu corpo é livre. Não posso pontilhá-lo.
Nem sequer flagrá-lo em instantes. Simplesmente existe.
Meu corpo nu pode ser pintado com a luz do sol.
Em cenas e atos sem pincel. Luz das suas mãos. Densas.
Esta luz não é alegre nem brilhante. Apenas existe. Intimamente.
Humanamente. Neste meu ser cheio de rimas. Ritmos. Poesia.
Combinada ao seu estilo. Não falo aqui de mim. Falo de ti. Pintora.
Desse imerso combinado. Sem linhas geométricas. Sem formas definidas.
Com o único material acrílico do amor. Tinta mutante. Faceta grande.
De momento. De intervalo. De período. De gargalo. De estado. De permanência.
De espírito. Mortalidade completa. Poesia sua. Existência poética.
Dimensão do insuportável. Tempo de distância.
Que alimenta o essencial. Estampado orgânico.
Tempo contínuo.

17 setembro 2007

Passado no presente

Meu objeto registra uma tonalidade de luz solar. A natureza me engrandece. Modifica meu ser. Hoje não tenho contornos nítidos, nem discursos mirabolantes, sou uma linha em abstração. Tenho uma sombra luminosa. Meu contraste é uma sombra com cor, minha impressão visual de passado. Colorido. Que o presente traz uma sombra. Minha cor é pura. Minha loucura é virgem. Minha tonalidade está na paleta do pintor. Quem é o(a) pintor(a)? Cadê você artista que me impressiona com meu puro ser dissociado em pequenas pinceladas? Cadê você artista que me mantém fiel aos seus princípios e me expõe a este novo movimento crítico e cínico, onde o público não me alcança, mas admira sua pintura e técnica. Sua mistura com efeitos que alcança meu feminismo e manifesta meu erotismo e sensualidade. Prefiro o nudismo a naturezas mortas. Retratos são mortos. E o admirar não pode ser enquadrado. Desenha-me em seus olhos. Nus. Livres. Pois somente assim posso aspirar-te em meu íntimo. O movimento do meu corpo é livre. Não pode pontilhá-lo. Nem sequer flagrá-lo nos seus instantes. Meu corpo nu pode ser pintado com a luz do sol. Em cenas sem pincel. Esta luz não é alegre nem brilhante. Preciso misturar as cores com motivações mais profundas. Passado no presente.

Insuportável Finito

É tempo de mudança, escolha sem volta, responsabilidade e sei que disso não posso fugir. É como a morte, a única certeza da vida de qualquer ser humano, enfim, da minha própria existência. E a loucura? Fica no âmbito da ilusão. Nasci puramente louca. Sem limites. Ao crescer, aprender, repetir erros até me restabelecer, vou aprendendo e reaprendendo a "controlar" minhas loucuras. A civilização me impõe regras sociais para isso: para ter sanidade mental. A loucura não deixa de existir, apenas habita um espaço hermético. Particular. Sei que a minha existência é a natureza, pelo simples fato de nascer. Nascer dói. Crescer esfria. Morrer aquece. E nessa oscilação delirante de emoções sou o termômetro de mercúrio. Que imuniza o ambiente. Que delimita uma entrelinha. Que purifica uma indegestão. Que dimensiona o insuportável tempo de existência. Finito. Insuportável finito.

15 setembro 2007

Casual

Eu gosto de ter um motivo para escrever. O escrever. Próprio. Casual. Em meio a tanta bagunça e gritos. Debilidade humana. Cruzo um olhar. Tímido. Arredio. Seco. Parecia mais que este olhar escondia um universo de intenções. Quisera pertencer a este universo. Casual. Sem marcar horário. Sem conhecimento. Sem desejo. Sem intenção. O andar estonteia. Balança a cadeira. Frio. Encapo meu corpo com lã fina. Escondo a estrela. Justamente o objeto que mais queria mostrar. A estrela. O fogo. A ardência. Tinha a intenção de paralisar seu olhar em mim. O seu não piscar sutil. O sorriso controlado. A piada nas entrelinhas. E você. Estava lá. Casual. Eu gosto de ter um motivo para escrever. Simples. O encontro. E o fim. Tenho certeza que não mais cruzarei este olhar casual. Seus olhos amendoados. Pequenos. Escassos. Únicos. Inatingíveis.